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segunda-feira, 6 de abril de 2009

PERDAS E GANHOS (Crônica)


Malu Monte


Você já se deu conta de como é complicado pro ser humano saber lidar com as perdas?
Na maioria das vezes, durante a infância, as crianças são poupadas das perdas; Vivem num mundo mágico e fantasioso em que não existe lugar para a morte - Ao contrário, esta "senhora" é substituída por uma "longa viagem" e sabemos nunca terá a sua passagem de volta. No caso da perda de um animal, por exemplo, imediatamente o mesmo é substituído em muitas das vezes por outro de mesma raça ou espécie. Isso se aplica também a outros tantos exemplos que vemos pela vida afora.
No entanto, pais superprotetores não se dão conta do mal que causam ao tentarem poupar seus rebentos das perdas, sobretudo, porque esses filhos ao se depararem com qualquer situação do gênero certamente perderão o eixo e consequentemente se descontrolarão, chorarão, lamentarão e pensarão até em desistirem mesmo sem terem tentado uma segunda chance.
Contudo, somos sabedores de que perdas existem e sempre existirão, portanto, elas deverão ser trabalhadas desde cedo dentro de cada um, a fim de que toda experiência ocorrida, seja ela boa ou má, nos sirva como um suporte emocional para enfrentarmos qualquer obstáculo que surja pela frente.
Ficam aqui algumas reflexões a serem consideradas ao longo da vida, aos que se viram superprotegidos por seus responsáveis - guardiãs de sua orientação educacional:
- Que tal lembrarem-se de que a vida é feita de ciclos - no exato momento em que fecha-se um, abre-se um outro e este poderá vir recheado de grandes realizações?!
- E que tal pararem pra pensar no que seria da vida se não houvesse a expectativa do novo?!
- Por que não substituírem as desilusões pelo recomeço?
- E se tentarmos transformar o que for ruim em algo de bom; com algum conteúdo?!
Perceberam? É assim que devemos vislumbrar o recomeço, sobretudo, se pensarmos que o verbo recomeçar combina com esperança por dias melhores;
Recomeçar é jogar fora coisas negativas e incutir na cabeça que tudo que virá pela frente poderá nos proporcionar prazer, sabedoria e experiências que mesmo negativas, ainda assim, nos servirão como aprendizado.
Talvez isso soe utópico, no entanto, que tal pensarmos daqui pra frente em perdas como sinônimo de renovação, transformação?!
Como veem, não viajamos por uma via de mão única, pois a estrada da vida é repleta de caminhos tortuosos que não sabemos onde nos levarão. Através dela, teremos a oportunidade de cruzar com diferentes cenários e pessoas que muito nos ensinarão a nos transformarmos em algo melhor e de captarmos o bem ainda que, pra isso, tenhamos que tomar um percurso muito complicado o qual só os pacientes e os sábios alcançarão.
Por fim, uma dica para aqueles que pensam em pegar o acostamento e chegar mais rápido aos seus destinos: Sugiro nem tentarem essa alternativa, sobretudo, porque poderão ser ultrapassados por outros indivíduos que já traçaram essa mesma rota e tiveram que voltar ao ponto de partida pra então recomeçá-la - Só que com uma significativa diferença: Estes agora deverão ser vistos como adversários muito poderosos, preparados através de experiências adquiridas ao longo da vida nas quais aprenderam a transformar suas perdas em ganhos na tentativa de um recomeçar.
Pensem nisso!

Um comentário:

Anônimo disse...

Querida Malui

Li atentamente sua crônica, muito bem escrita por sinal, e refleti muito, e concordo com você.
Eu mesma já recomecei várias vezes em minha vida e cada vez voltei mais forte.
Só que em meu poema, cito a perda pela morte de entes que amamos e que nos são direções em nossas vidas.
Esse tipo de perda é dóida, pois nada podemos fazer, a nao ser acredita que Deus um dia nos preparará um reecontro, e assim aprendemos a viver com a saudade.

bjinho, lerei sempre você.
fica com Deus
Nanci*