Malu Monte
Dói em mim ver-te assim tão frágil
Que já não és o que antes fora
Pernas trêmulas, num corpo desgastado pelo tempo
Na luta por um dia de cada vez
Oh quantas conversas em silêncio tivemos
Minhas tristezas que em ti eu despejava
E, nesse monólogo, tu me acompanhavas
Mas hoje, já não consigo fitar os olhos teus como antes fazia
Ao sentir que a hora da tua partida se aproxima
Fujo ao perceber o teu olhar a procura do meu
Talvez tu não compreendas o vazio que me habita
Mas o medo de te dizer adeus me deixa aflita
E, ao acariciá-lo, ouço as batidas do teu coração
Que logo dá lugar a descompassados suspiros
Oriundos de uma eterna gratidão
Fato, saber que a hora da tua partida está a chegar
E nesse instante, eu sei, não vou mais me segurar!
Dedicado ao meu cão "Pingo" - Amigo fiel . Após dezesseis anos ao meu lado, no dia 31 de dezembro de 2012, teve que se despedir mesmo sem querer partir. Adeus, amor da mamãe!