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sábado, 29 de dezembro de 2007

ONDE ESTÃO OS VALORES HUMANOS? - Crônica


(Malu Monte)

Estava eu pensando cá com os meus botões... Quando me dei conta dos anos que vivi, das pessoas que conheci, daqueles rostos pelos quais me encantei, daqueles para os quais olhei e nem notei...

Percebi que a vida vai passando e não só o tempo foi levando com ele o frescor da juventude em alguns daqueles rostos, como também, levou algo que considero como de um valor inestimável: "O amor ao próximo".

Muito culpa-se a nova geração por não possuir certos valores éticos e morais de outrora, mas vejamos: Quem os passaria pra essa juventude senão aqueles mesmos "velhos rostos" aos quais me referi? Aqueles que ontem vivenciaram esses valores hoje tão escassos!...

Lembro-me que quando criança minha mãe dizia: -Isto não é conversa pra criança! - e eu achava um "saco" não poder participar da conversa sem me dar conta de que talvez esse fosse o ponto em que era imposto o limite que falta hoje.

Também me recordo de que a mim foram ensinados valores, como por exemplo: "Não faça com os outros o que você não gostaria que fizessem a você"- Este talvez seja um dos mais brilhantes ensinamentos que deveria ser passado, sempre, de pais para filhos;
O cumprimento diário - Será que os mais jovens sabem o que seja isso?
Tempos atrás dizíamos: - Bom Dia! Boa Tarde! Boa Noite! Olá! Tudo bom? Como vai? Entrava-se num elevador e fazia-se essa prática e todos respondiam. Hoje, ao contrário, eu me deparo com situações constrangedoras ao ver pessoas que ainda carregam esses tais valores de criação se chocarem com a frieza pela falta da resposta.

Usamos a internet para tantas coisas interessantes mas acabamos por esquecer de coisas tão simples, que podem soar, aos nossos ouvidos, como uma linda melodia. Eu iria mais longe em vê-lo como um gesto de amor de ser humano pra ser humano!

Vivenciei há bem pouco tempo uma situação do gênero; Ao fazer aniversário, percebi que mesmo as datas de anivesários estando estampadas em forma de lembretes em nossos perfis do Orkut, alguns amigos pessoais que costumam acessar diariamente o site, nem se tocaram em dizer-me um simples: PARABÉNS!

Disso tudo eu retirei uma grande lição: Valorizar muito os meus amigos sem, contudo, separá-los por categorias: virtuais ou pessoais. Acho tal prática injusta pois considero amigo verdadeiro aquele que busca através de um simples gesto demonstrar o quanto somos importantes pra ele; O quanto mais um ano de nossa vida lhe é precioso!

Hoje, finalmente, posso dizer que sinto-me sensibilizada e grata com tantas manifestações diárias de calor humano por parte dessas pessoas verdadeiras as quais prefiro qualificar como: AMIGOS REAIS.

sábado, 22 de dezembro de 2007

NÃO ESPERE (Letra de música)


(Malu Monte)

Não espere de mim declarações de amor
Não espere de mim o remédio pra sanar a tua dor
Não espere...

Eu sonho apenas com coisas que eu não sei falar
Faço minha viagem sem comprar passagem
Cuido apenas pra não manchar a minha imagem
Que é pra quando vc conseguir me enxergar

Não espere de mim desatar um laço apertado qualquer
Não espere de mim ingenuidade de mulher
Não espere...

Enquanto por esses caminhos eu percorrer
Quantos deles eu tentarei uma emoção
Vou fincar a minha flecha no teu coração
Vou buscar algo pra de vez te surpreender.

Não espere de mim palavras com algum sentido
Não espere de mim engolir o meu próprio grito
Não espere...

Eu procuro não seguir por estradas retas
O imaginário aguça mais e mais as minhas metas
Prefiro as curvas porque elas me reservam surpresas
Isso é muito bom, eu sei, é sim!... Acorda algo dentro de mim

Não espere de mim alegria quando tudo está incerto
Não espere de mim que eu te dê algum afeto
Não espere...

Eu falo as verdades que saem através da minha emoção
Com garras felinas eu as arranco do peito sem explicação
Nas telas que faço uso e abuso das cores das tintas
Sangra vermelho coração torrente de paixão!

Não espere a chuva pra poder valorizar o sol! (Falado)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

SE TU ME DESSES


(Malu Monte)

Se tu me desses a vida...
Eu te nomearia o meu sol
E aproveitaria cada raio seu
Até que caíssem as primeiras gotas de chuva

Se tu me desses a chuva...
Eu o convidaria para nos banharmos nela
E juntos lavaríamos nossas almas;

Se tu me desses a tua alma...
Eu a levaria como o vento leva as folhas
E varreria todas as tuas mágoas brindando com um cálice de vinho;

Se tu me desses uma garrafa de vinho...
Eu tomaria o melhor porre do mundo em sua companhia
E beberíamos até nos exaurirmos de tanto chorar;

Se tu me desses motivos pra chorar...
Eu curtiria cada lágrima que rolasse no meu rosto
Porque eu saberia que elas não seriam por desgosto;

Se tu me desses o teu corpo...
Eu viajaria em cada curva
Seria a capitã da embarcação que navegaria em teu mar
Ancoraria o meu barco num porto chamado amor;

E se tu me desses o teu amor...
Eu o guardaria bem guardadinho dentro de uma caixinha mágica chamada coração
Esconderia a chave num cofre cuja senha só eu soubesse a combinação;

E se tu me desses ADEUS...
Eu o aceitaria, porque sei que tudo tem o seu prazo de validade
E nesse caso o nosso infelizmente, venceu!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

MUITO PRAZER!


(Malu Monte)

Então seu moço,
Vou lhe dizer como sou:
Sou fêmea vaidosa que gosta de se enfeitar
Que não sai de casa, sem antes a boca pintar.
Mergulho fundo nas emoções
Ponho pra fora todo o sentimento
Transbordo de paixão, a todo momento
Choro de tristeza ou de alegria, em cada versejar
Acredito que sonhar é viver e viver é sonhar.
Sentimentos caminham lado a lado, dentro de mim
Criança e mulher juntas num só ser
Só sei que de tudo na vida eu tiro um prazer.
Por vezes, sou meiga e, noutras, ponho a me rebelar
Quando diante de algo que não concordo, ajo com teimosia
Em certos momentos, curto a passividade e transformo-a em poesia
Aqueles que são meus amigos guardo sempre no meu coração
Mas, os mal intencionados dou corda e fico a ver até aonde irão
Num dado momento, puxo-a e jogo-os ao chão.
Menina moleca a correr de pés descalços
Chique princesa, escorrego sem nunca cair dos saltos.
Sou livre como um pássaro
Ninguém conseguirá me aprisionar
Também,não é pra menos,
Sou mulher de gêmeos,
Sou do signo do ar!...

EU GOSTO



(Malu Monte)

Gosto de gente com sorriso de sol
Gente que irradia luz no olhar
Que me faz acreditar que tudo é possível
Mesmo que a possibilidade esteja distante de se conquistar.

Gosto de gente que sorri quando chora
Que chora quando sorri
Que ao me fitar passe boas energias
sem que pra isso eu precise pedir.

Gosto de gente que usa de sinceridade
Sem confundi-la com falta de educação
Que me diga as verdades
Sem ferir o meu coração.

Gosto de gente que curte o luar
Que gosta de estrelas e ao contemplá-las
Navega em pensamentos cheios de imaginação
Mesmo sabendo que não poderá tocá-las.

Gosto de gente que preserva o jeito criança
sem ignorar a maturidade que a vivência lhe deu.
Que divide a sua felicidade com os que ama
que na vida mantém acesa a chama
Gente que cumpre o que prometeu.

Gosto de gente como você!

SONHO REAL




















(Malu Monte)

Um dia vi você se afastar e me calei
Calei-me ao vê-lo sumir na escuridão da rua
Enquanto ouvia o barulho da chuva que caía lá fora
Olhei-me no espelho completamente nua
Com lágrimas a escorrer pelo meu rosto que pareciam a mesma chuva
E tomada por um fúnebre e profundo desgosto
Jurei assim como quem não quer jurar
Trazê-lo de volta ao meu mundo
Pois você não sairá de mim esteja onde estiver
Já que é a minha melhor parte que um dia hei de resgatar
Nem que pra isso eu tenha que me desdobrar
Pra por no concreto o sonho de voltarmos a um só ser.

QUEM É VOCÊ?


(Malu Monte)

Quem é você que entrou e sem pedir licença invadiu meu coração?
Você que não pagou sequer o pedágio exigido
Despertando em mim os instintos mais sem sentido
saciando a sede da minha paixão.

Quem é você que meus desejos vem despertar
Que aguça a minha libido
E sem que eu tenha concedido
Meus segredos vem descortinar.

Diga, quem é você criatura pagã?
Ora veja, não pagou sequer o pedágio exigido
E ainda que eu não tenha o acesso lhe permitido
Entrou, assinou o ponto e se foi pela manhã.

Quem é você que chegou de mansinho e tomou conta de tudo assim?
Quem dera eu soubesse a resposta pois não estaria a lhe questionar.
Pelo menos deixe uma pista pra mim!...

O AMOR


(Malu Monte)

O que é esse tal de amor?
Será que alguém conseguiria me falar?
Todos amam, cada um a sua própria maneira;
Uns pensam que é pura brincadeira;
Outros que dá dor no coração.
Mas eu garanto que não dói não!...
Amar... Ai como é bom amar!...
Só quem já sentiu esse gostinho poderá confirmar!

FALE DE MIM


(Malu Monte)

Pode falar de mim.
Fale dos momentos em que eu fui ausente;
Mas não esqueça daqueles em que me fiz presente.
Fale das minhas imperfeições dignas de humanos;
Fale da minha vida e dos meus desenganos.
Fale do meu desejo de abraçar o mundo sem medir sua extensão;
Mas cá pra nós, não é que eu tenho a minha razão?...
Fale do meu jeito criança, meio moleca, que às vezes estrapola;
Mas reconheça que por conta dele eu fiz grandes amigos na escola.
Fale do meu sorriso, da minha alegria de viver;
E que, segundo você, te faz enlouquecer!

ANARQUISTA


(Malu Monte)

Tenho alma de anarquista
Você não me conhece.
Prefiro o proibido, os balões, os fogos de artifícios
O fogo ardente de vorazes paixões.
Prefiro os filmes fortes de glória
Neles sou a mocinha que se apaixona pelo bandido da história.

DOCE DESEJO


(Malu Monte)

De repente eu me vi assim
Frente a frente ao desejo;
Garganta seca, ventre molhado;
Um cheiro de cio pairava no ar;
Você me traz um mistério que eu não sei desvendar.
E me prende em teus braços;
Me enrosca em tuas pernas;
E eu me entrego, doce serva, frágil que estou, sem resistência.
É algo cósmico essa energia que paira sobre nós.
Tentei domar meu sentimento;
Mas não consegui,
Cedi.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

COMO VENTO E FOLHAS - Crônica



(Malu Monte)




Faço pequenas viagens quando penso na vida.
Ouço o grito do vento agoniado;Presto atenção a cada som que ele emite sem nada entender do que ele talvez queira me dizer...
Suponho que os galhos das árvores que ali estão sejam como a família; As folhas cada um de nós; E, que com o balançar do vento se aproximem pra falar do hoje.
Sinto-me num silêncio repleto de sentimentos que brotam de fora pra dentro e de dentro pra fora...
Mensagens que vêm não sei pra quê?...Desejos que vão não sei pra onde...
Gente, agredindo gente sem ter um porquê!...
Morte, sangue jorrado ao chão estampado na primeira página do jornal, tal e qual uma pintura surreal.
Valores perdendo-se entre folhas e vento.
Ora, mas quem entende o que o vento diz?...
E, num vaivém de idéias eu mergulho fundo no ócio em que me encontro
Tiro proveito de cada folha caída, vítima da força do vento e delas crio minhas ideias
Então, nesse turbilhão, penso que pessoas horas são vento, horas são folhas.
E me pergunto: - Conseguirão as folhas sobreviverem ao caos dessa ventania?

FILHA DA NATUREZA




(Malu Monte)

Sou filha do vento com a mãe tempestade
nascida numa noite de verão caliente
muitas vidas vividas e nelas muito amada
não penso em passado mas no daqui pra frente

Sou filha do vento com a mãe tempestade
em berço de amor eu vivi e me criei
sem ostentar valores materiais
eterna criança, pelos Querubins me guiei

Sou filha do vento com a mãe tempestade
banho-me nas águas de Iara
e contemplo a riqueza do mar ao voar pelo céu
a brisa a soprar-me os cabelos
Num desalinho jogado ao léu

Sou filha do vento com a mãe tempestade
Em noites de lua cheia o meu uivo se faz ecoar
Desejos e prazeres outrora contidos
Na pele de loba passam a me embrigar

Sou filha do vento com a mãe tempestade
Faço da verdade a minha embarcação
Que me conduz pela vida ao caminho da luz
Eu, filha pródiga, concebida num rompante de paixão!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

A DANÇA DAS SOMBRAS


(Malu Monte)

No aconchego daquele ninho
Dois corpos se tocavam
Misto de paixão à flor da pele
Sentimento profundo de algo antes incompreendido
Sensações que a cada tato desabrochavam

Ouvia-se, então, promessas e gemidos
E até o sussurrar de palavras profanas
Fizeram daquele ambiente de mistério
Puro desejo,doçura e encanto

No som rolava uma música afrodisíaca
Enquanto na penumbra erguiam-se colados
Num frenesi de movimentos sensuais
Um ballet pôs a levitá-los

Na parede do quarto passou-se a projetar uma tela de ilusões
Imaginárias ou reais a libido estava ali registrada
Misterioso mundo oculto das emoções carnais.
Doce ou profana, nada disso mais importava

O que valia era o que por detrás daquela porta rolava
Uma mistura inexplicável de sentimento e dor
Esta dança das sombras
Que alguns preferem chamar de AMOR.