Páginas

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

QUANDO ME VI MULHER


Malu Monte

Quando me vi mulher
Senti que ali me despedia da menina
E encontrava-me numa desconhecida pessoa
E que novas sensações tomavam conta de mim

Quando me vi mulher
Percebi que ferira uma jura que havia feito
Por um pecado ,embora novo, pra mim tentador
Aquilo que chamam pelo nome de "O primeiro amor"

Quando me vi mulher
Jurei pra mim mesma não mais provar desse veneno
Mas o prazer me tentou e lá me vi a pecar novamente
Nos mesmos lençóis em que tu me levaras da outra vez

Quando me vi mulher
Percebi que tinha beleza em mim
Que o patinho feio era um belo cisne
E que o espelho havia me mostrado o quão bela eu poderia ser

Quando me vi mulher
Pedi aos céus que tu nunca mais me deixasse
Pois achava que fosses o meu príncipe encantado
Mas dei-me conta de que não passavas de um sapo

Quando me vi mulher
Não imaginava que um dia pudesse conhecer alguém
Que além de mulher me transformaria em rainha
Que meu lar seria o castelo no qual eu reinaria

Quando me vi mulher
Não pensei que fosse descobrir um amor assim
Tão perfeito de um jeito que faz qualquer fêmea
Sentir-se valorizada em sua plenitude

Quando me vi mulher
Senti-me a dona de um poderoso império
Cujo imperador fez-me conhecer o valor
E o real significado da palavra amor.



Um comentário:

Luiz de Aquino disse...

Malu, mulher poetisa, fêmea consciente e segura de seu tempo, de seu espaço! Gosto de novidades, gosto de qualidade e gosto de conhecer quem traz esses predicados...

Um beijo, menina!