
(Malu Monte)
O silêncio do meu quarto me faz refletir
Desperto e sinto-me como uma ostra
Aproveito-me dessa fria chance
Repenso cada passo que por mim foi dado
Meço em centímetro todo o meu pecado
Vejo que quando eu mais me doei só tropecei
Por entre pessoas e situações adversas
Fui protagonista de uma antítese.
Numas reconhecimento e noutras decepção em forma de promessas
Sei não haver para os desencantos uma só explicação.
No entanto, eu devo ter errado na mão.
Talvez eu tenha posto um ingrediente a mais na receita que criei.
De repente ouço uma voz que diz:
-Acorda pra vida poeta!...
É hora de sair da concha em que estás!
Conseguirei livrar-me dessas tais feridas?
Será, mesmo, necessário eu machucar a ostra pra retirar a pérola?
Nesse mundo, muitos contemplam a beleza da pérola;
Poucos avaliam o sacrifício da ostra.