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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

ORAÇÃO A UM SÓ DEUS

















Malu Monte



Senhor, Deus único,

Eu te agradeço, por cada dia vivido
Pela saúde que tenho
Pelo pão que me alimenta
Pela água que me banha o corpo e me mata a sede
Pelas mãos que me erguem
Pelo amor de minha linda família
Pelas escolhas que até aqui fiz

Agradeço, pelo o canto dos pássaros
Por esse sol que me aquece
Por essa lua que me ilumina
Por cada caminho por mim trilhado
Pelos irmãos do coração
As alegrias compartilhadas
E, pelas tristezas que me serviram de lição.

"Obrigada, Deus, por tudo o que tenho; Pois, tudo o que até agora eu conquistei, é a medida exata pra que eu seja feliz!"

domingo, 16 de dezembro de 2012

QUANDO VOCÊ CHEGOU! (Arthur, o meu reizinho)

























Malu Monte

 

Ao longe já era possível ouvir-se o soar das trombetas
Como um rei que chega para tomar posse do trono
E sabe que não foi por acaso.
Sua missão é tarefa difícil - Trazer felicidade aos que o cerca
Aos ansiosos que aguardavam a chegada triunfante de seu rei
Finalmente ele diz a que veio!

Há os que ousam, sob olhares atentos, nele buscar traços em comum...
Uns gritam: - Parece o pai!
Outros: - Parece a mãe!
Bendito seja esse pequeno ser que me fez tão feliz depois de tanta espera!...
Benditos sejamos nós que poderemos gozar da sua convivência
E que contemplaremos de perto
Esses belos olhos azuis brilhantes e esse sorriso angelical!...

Meu rei, nós súditos suplicamos:
Deixai estampada em tua face a inocência
Traga-nos a beleza de uma manhã de sol
O frescor da chuva nos dias frios
Faz-nos voltar a crer na esperança por dias melhores
Devolva-nos a paz que tanto almejamos

domingo, 2 de dezembro de 2012

A CONQUISTA


















Malu Monte


Eu poderia dizer-te palavras lindas
Versos ensaiados em noites de luar
Dizer-te palavras que tu quisestes escutar

Eu poderia cantar mil canções de amor
Arrepiar-te os pelos do corpo
Tudo só pra te impressionar

Eu poderia usar um vestido sexy
Fazer-te imaginar
Em teus mais loucos delírios, levitar

Eu poderia olhar fundo nos teus olhos
Insinuar-me lambendo os lábios
Fazer-te enlouquecer

Mas não uso esses artifícios
Prefiro estudar cada passo a ser dado
Na posição de um simples voyeur

Acredite, como estudiosa da mente humana
No momento propício eu hei de me fazer notar
E, por certo, arranjarei um jeito de te fisgar

Mas tu não precisas te importar
Os créditos serão só teus
Farei com que o mundo acredite
Que fostes tu quem me envolvestes
Com esse teu olhar.





quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A HORA DA PARTIDA
















Malu Monte


Dói em mim ver-te assim tão frágil
Que já não és o que antes fora
Pernas trêmulas, num corpo desgastado pelo tempo
Na luta por um dia de cada vez

Oh quantas conversas em silêncio tivemos
Minhas tristezas que em ti eu despejava
E, nesse monólogo, tu me acompanhavas
Mas hoje, já não consigo fitar os olhos teus como antes fazia

Ao sentir que a hora da tua partida se aproxima
Fujo ao perceber o teu olhar a procura do meu
Talvez tu não compreendas o vazio que me habita
Mas o medo de te dizer adeus me deixa aflita

E, ao acariciá-lo, ouço as batidas do teu coração
Que logo dá lugar a descompassados suspiros
Oriundos de uma eterna gratidão
Fato, saber que a hora da tua partida está a chegar
E nesse instante, eu sei, não vou mais me segurar!


Dedicado ao meu cão "Pingo" - Amigo fiel . Após dezesseis anos ao meu lado, no dia 31 de dezembro de 2012, teve que se despedir mesmo sem querer partir. Adeus, amor da mamãe!




sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A BORBOLETA















Malu Monte


E eu, que por vezes me encontro perdida
Nas páginas dessa vida
Sem saber porquê

Vibro a cada nova descoberta
Em pele de mulher guerreira
A enfrentar cada desafio que desponta

Personagem da minha própria história
Hoje, visto-me de Anita Garibaldi à Helena de Tróia...
Oh!... Tantas mulheres a me inspirar...

E num novo dia que desponta
O novo já não me amedronta
Parto pra encarar

Sonho voos de beija-flor
Cantos de rouxinol
Boleros de Ravel

Um dia eu me vou, eu sei... 
Mas muito em breve,
Bailando por entre as flores
Como a borboleta que enfeita o teu jardim
Eu voltarei!





FELICIDADE


















Malu Monte


Feliz de quem tem uma saudade pra lembrar;
Uma tristeza pra lamentar.
Uma alegria para sorrir.
Isso chama-se viver!

terça-feira, 28 de agosto de 2012

SAUDADES DA MINHA INFÂNCIA (TROVA)















Malu Monte                                                                   


Ah que saudades da minha infância...
Daquela menina a brincar de esconde-esconde
Ver o dia acabar e ninguém me encontrar
Brincar de médico ou mãe e filho, isso pouco importaria
Mas, no fazer de contas, tudo eu podia
Ser professora a dar aula pra bonecas assustadas
Ah... Como eu gostaria!
Ah que saudades da minha infância...
Dos tombos de bicicleta
Dos carrinhos de rolimã
De ver a noite cair sem uma ponta de voz nos dias em que eu me punha a gritar.
Ah que saudades da minha infância...
Tentada pelas guloseimas preparadas por minha mãe
- Mas que menina magra! Quando é que vais encorpar?!
A coitada mais parecia a bruxa malvada querendo me jantar!
Ah que saudades da minha infância...
Das histórias de assombração que a mãezinha contava
Não faltava: Lobisomen, mula sem cabeça, mulher de branco ou sei lá...
E quem disse que eu dormia sem a cabeça tapar?...
Ah que saudades da minha infância...
Quando banho era castigo
Só doido, trocava a brincadeira por asseio...
Não incomodava o pescoço ornado com negros cordões de suor e poeira
Ah!... Talvez essa seja a tradução perfeita
Isso é ser uma criança verdadeira!
Ah! Que saudades da minha infância...
Dos passeios que fazíamos, sem luxo, sem riqueza
Aquilo sim era uma beleza
Pura liberdade de expressão!
Construir castelos na praia
Vê-los virar buracos quando a onda os lambia
E, ao fim do dia, a arte se misturava com a poesia.
Eu, menina vaidosa, toda prosa,
Pensava estar mais bela
Iludida com um bronzeador que comprara
Mas ao chegar em casa, que bronze, que nada!...
Após o banho vinha a constatação
Estava mais branca que vela de procissão!
E o tempo passava, numa mocinha eu me transformava
E a vaidade também crescia
A catar conchinhas na praia um belo colar eu fazia
Ao usá-lo uma sereia eu me sentia
Mas a criança ainda insistia em bagunçar
Ir à praia pegar jacaré ou boiar com bóia de borracha
Sem me importar em encher os fundilhos do maiô com a areia
Caçar tatuí na beira do mar e pedir à mãe pra fritar
Hoje, esse crustáceo quase não existe
Quiçá no futuro o iremos encontrar!
Mas quem na idade madura se atreveria revelar essas proezas?
Pois eu não me envergonho
Ao contrário, penso ser motivo de orgulho!
E por que não seria?
Não mais existe criança hoje em dia
Infância é algo em extinção.
Pequenos, querendo ser adultos,
Antecipando o seu tempo
Adultos, querendo parecer jovens
Linguagens, imagens, que não condizem com idade ou geração.
Esse mundo tá mesmo perdido!
Mas não desejo voltar no tempo
Do passado, guardo doces lembranças
Do meu tempo de criança
No presente, sou muito feliz
Planejo viver muitos anos
Afinal, o futuro me espera
Bem debaixo da minha janela
Bem debaixo do meu nariz!





segunda-feira, 7 de maio de 2012

O JARDINEIRO E A ROSA



Malu Monte


E no jardim ela estava
Feliz ao ver-se contemplar
A espera por ser colhida
Se sentindo protegida
Pronta pra se ofertar

Forte, ao ser podada não chora
Ao contrário do que se possa imaginar
Em cada corte
Sente-se revigorada
Logo põe-se a brotar

Frondosa com vestes cor de sangue
Engana-se quem pensa frágil será
Os espinhos são sua armadura
Nem por isso deixa de ser pura
Na flor mais bela a enfeitar

Ele, com seu jeito simples
Apaixonado por sua companhia
Nem se importa se ela o ferirá
Ao tocá-la com sua mão pesada
Suaves pétalas tenta não magoar

Nessa vida, algumas coisas não tem mesmo explicação
A Rosa, moça formosa, delicada
O Jardineiro, moço rude e desengonçado
Atraídos um pelo outro
Se tão diferentes são.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

RAIO DE LUZ




















Malu Monte


Quando pensei estar tudo perdido

Tu surges como um raio de luz

A iluminar o espaço antes ocupado pelas trevas.

domingo, 15 de abril de 2012

CHAME-ME "FELICIDADE"



Malu Monte

Se eu pudesse escolher meu nome
Chamar-me-ia "Felicidade"
Ah!... Este sim, combina comigo!...
Não sei ficar triste por muito tempo...
Tristeza me incomoda;
Confesso não gostar da sua companhia;
Nem à posar para fotografia.
Solidão, até prefiro em certos momentos...
Tristeza... Gosto, não!
Pessoa triste nem é bonito de se ver;
Já a feliz, essa tem brilho de sol que irradia.
Sorriso sem dentes é melhor que cara amarrada;
Mas felicidade não pode ser programada;
Quando se é feliz nada faz falta;
Ou será que só se é feliz quando nada falta?
Tem gente que gosta de reclamar;
Vive à contestar tudo o que se diz;
Isso é coisa de quem não é feliz.
Nesses, até o sorriso alheio incomoda;
Vai ver que perdeu o ônibus rumo à "Felicidade";
De tanto amarrar a tromba criou mais rugas do que devia;
E, ainda pensa ter sabedoria;
Para discordar do que se fala.
Na verdade, sábio é quem transforma dor em alegria.
Aquele que é poeta, apesar de seus dissabores,
Sabe o que é ser feliz ao menos por um dia!
Deixo aqui o meu recado;
A quem o meu novo nome incomodar;
Pegue sua mochila;
Vá para o final da fila;
Ponha-se no seu lugar!

segunda-feira, 26 de março de 2012

PÁGINA VIRADA (Crônica)


























Malu Monte

Como será que fica a cabeça de um indivíduo quando se depara com situações em que precisa tomar decisões rápidas e duras e, ainda assim, manter o controle dessas ações?
Mas então, como agir diante de uma discussão e evitar um resultado catastrófico que possa envolver terceiros?
Ser sincero mas usar de cautela para não errar na mão, ou seja, policiar-se para não dar um pingo a mais no que disser?
Manter o autocontrole, arriscando-se a ser encarado pelos outros como covarde, dando margem pra que o seu provocador se aproveite disso e teste até aonde vai o seu nível de tolerância?
Façamos mão de um fato trágico, que tem se repetido ultimamente, para discutirmos essa questão:
Todos os dias temos assistido na mídia escrita e falada relatos de casos de brigas, espancamentos e até mortes entre torcedores a partir de discussões infundadas.
Mas aonde chegarão essas pessoas já que todos sabemos que suas atitudes além de serem movidas pela emoção, possuem caráter totalmente parcial?
Quando será que esses "monstros" que se dizem torcedores compreenderão que a violência não os levará a nada e que a adversidade é o tempero que dá sabor a vida?
Infelizmente, fatos como esse acontecem e não existem receitas prontas para solucioná-los.No entanto, nesse caso, ao menos na tentativa de tentar evitá-lo, o indicado seria que as vítimas desse "bulling" coletivo, fizessem uso do mais indicado de todos os ingredientes: O silêncio.
Isso mesmo!... Tomar-se a sábia decisão de por um ponto final na história ao fazer com que seus oponentes pensem ter ganhado a batalha...
Então vocês me perguntariam:
-Mas como assim?! Omitir a opinião diante de uma provocação?!
Isso mesmo!...E, acreditem, isso os incomodaria muito mais do que qualquer discussão acalorada!
Na verdade, quando um indivíduo se presta ao "bate boca", ele tenta buscar na palavra alheia, pelo menos, um argumento que justifique os erros apontados em suas atitudes. No entanto, ao contrário do que ele espera, se seu oponente não se manifestar, logo ele não terá por muito tempo como manter-se em justificativas e qualquer tentativa de explicação de sua parte estará aniquilada.
Muitas vezes, a abstenção não significa covardia diante de algo ou alguém, mas sim, uma estratégia de inteligência que poderá induzir o outro a desmascarar-se em suas próprias ideias.
Afinal, se analisarmos usando o bom senso, chegaremos a conclusão de que, geralmente, quem grita nunca está com a razão!

terça-feira, 13 de março de 2012

29 ANOS DE CASADOS - QUEM DIRIA!...















Malu Monte


Quem diria que eu
Que sequer pensava em casar
Eu, que apenas almejava ser mãe solteira...
Pudesse um dia vir a conhecer alguém
Que me compreendesse tanto
Ao ponto de saber esperar as tempestades passarem
Quem diria que eu
Teimosa, ansiosa, irrequieta, por vezes até impaciente
Iria encontrar alguém capaz de enxergar nesses meus defeitos qualidades
E, até encará-los como positivos...
Quem diria que eu
Que um dia fui menina mimada, chorona e chata
Pudesse encontrar alguém
Que além de homem, me serviria também de pai
Ao me dar broncas na hora exata...
Quem diria que eu
Com personalidade forte
Ao mesmo tempo, frágil como um cristal
Pudesse encontrar alguém que me cobrisse de tanto amor...
Ah!...Como eu poderia um dia sequer imaginar
Que viveria por tantos anos ao lado dessa mesma pessoa
E, que a cada dia seria capaz de descobrir mais e mais o que é ter um verdadeiro par?
E ainda me perguntam se sou feliz?!
Como eu poderia ser diferente?!!!!!!!!!

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O ANJO























(Malu Monte)


O anjo que habita em mim é criança
Sobe em árvores, se esconde em galhos
Se lambuza quando come
Dá gargalhadas e gosta de cantar

O anjo que habita em mim é poeta
Passa suas horas de sono
A escrever seus delírios mais loucos
Do amor ele bebe na fonte

O anjo que habita em mim é feliz
Tenta resgatar os fracos e perdidos
Alegra os que tristes estão
Sua felicidade é de contagiar

O anjo que habita em mim é benevolente
Não me permite perder as asas
Leva a vida em voos rasantes
Aceita-me como anjo e pecador

O anjo que habita em mim
Tem sorriso de menina brejeira
É um querubim que canta cantigas de roda
Nem se importa se o tempo passar

O anjo que habita em mim
Abre os olhos pra escuridão
Ama em plena luz do luar
Sem reparar se é primavera ou verão

O anjo que habita em mim
Não quer me deixar só
Faz-me sentir viva e feliz
Isso pra mim já está bom

O anjo que habita em mim é voraz
Encendeia-me de paixão
Serelepe não dá sossego
Foge da calmaria que tenta chegar

O anjo que habita em mim
Ouve as minhas orações
Ri das coisas que eu digo sem pensar
Desse anjo, eu espero,nunca me separar!

domingo, 22 de janeiro de 2012

A VOLTA POR CIMA

















Malu Monte

Ainda continuo a mesma...
Não mudei letra alguma do meu discurso
Meu nome permanece intacto
Colho palavras a mim dirigidas
Com o cuidado de quem colhe rosas em um jardim;

Preocupo-me em replantar semente a semente
Atenta por não perder um grão sequer
Rego esse solo pra que elas brotem
O que um dia possa servir-me de sustento.

O meu sorriso, ah esse também continua o mesmo...
Sinceridade ainda mora dentro de mim
Mas não se iluda!...
O meu coração pode sangrar enquanto sorrio
Ao lembrar-me do que um dia quis esquecer.

Minhas lágrimas, estas sim, são preciosas...
Não as permito desperdiçar
Tolo será quem pensar que me dou por vencer
Pra guerreiras como eu, batalhas não findam...
Sem que demonstre, nunca entrego os pontos;

Não cogito precipitar-me ao agir
Atenho-me a um simples mas importante detalhe:
Tenho dia, mês e hora para fazer alguém provar
O que porventura me fez sentir.

Ainda continuo "EU" mesma!